Médium Mídia Mater: Experiências na arte entre o material e o sutil
A pesquisa tem como foco experimentações artísticas que levam em conta a interligação do conhecimento da arte, tecnologia, ciência e espiritualidade. De forma prático- teórica, investigamos a experiência estética entre o material e o sutil, percebida por um tipo de transensorialidade. Como ponto de partida, a pesquisa aborda o problema situado na base da construção cultural, identificado como dualismo. Tal dicotomia epistêmica apesar de ter permitido estabelecer avanços do conhecimento, afastou a magia incompreensível da racionalidade científica, acabando por separar a subjetividade da objetividade. Entendemos que corremos um risco ainda maior ao permanecer com certa visão parcial e assim impossibilitados de convergir para a integração das dimensões corporais, psíquicas, intelectuais, afetivas e espirituais. Para tanto direcionamos a atenção aos fenômenos de campo estudados por ocorrências de sincronicidade e ressonância, que abrangem conceitos tecnológicos, científicos e também aqueles ainda não validados pela ciência ortodoxa, como a telepatia, a visão remota e a mediunidade. Para o desenvolvimento do modelo estético traçamos uma tríade que interliga domínios confluentes: médium, mídia e mater. Iniciamos com o conceito de médium ao observar a ênfase dada a estados perceptivos transensoriais em investigações poéticas e metodológicas, encontradas no contexto histórico da arte, da abstração ao surreal, nas práticas conceituais, na performance e em associação à tecnologia da imagem. Como exercício epistemológico seguimos na abordagem da mídia, aplicada aos fenômenos de luz e som, como no vídeo que se estende ao corpo tecnologicamente mediado, para analisar o interesse em acessar a tangibilidade de ordens a princípio imateriais. A raiz mater se dirige à necessidade de compreensão da matéria em seu aspecto sensível, por acesso a campos vibracionais do material ao sutil, a exemplo de percepções potencializadas por corpos hibridizados. A partir da aplicação do conceito de Tecnoética tratamos do conhecimento noético e transpessoal voltado ao domínio específico do vídeo, sob o termo cunhado nessa tese por videonoética. A pesquisa prática conjuga evoluções telemáticas do vídeo ao alcance do fenômeno do plasma, como dispositivo afetivo, por considerarmos este estado da matéria como um médium de atuação entre o material e o sutil. Como exercício desse modelo estético, desenvolvemos uma construção narrativa operística autoficcional por experimentações de fenômenos de campo em rituais performáticos, nos quais o conceito de videonoética é considerado.